Da Inteligência Lógico-Matemática - Parte 1
Inicialmente, quero que vocês saibam que essa publicação, apesar de inspirada em uma trivial conversa tida em um elevador com uma pessoa que trabalha no mesmo lugar que eu, tem caráter relativamente acadêmico e pode parecer chata para alguns. Estejam avisados.
Em 1983, Howard Gardner, psicólogo e educador americano nascido em 1943, influenciado pelas idéias de Jean Piaget, publicou "Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas". Nessa obra, o teórico defende a idéia de que nós, humanos, temos não somente inteligência, mas várias inteligências. Em sua teoria, o autor propõe inicialmente sete inteligências diferentes: lingüística (ou verbal-lingüística), musical, lógico-matemática, espacial (ou visual-espacial), corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Uma dessas inteligências - a lógico-matemática - foi, em um passado recente, confundida com o próprio conceito de inteligência. No campo científico, essa confusão pode ser verificada através da valorização dada em meados do século passado aos testes de QI, que tinham grande inclinação para medir principalmente a inteligência lógico-matemática. Além disso, o senso comum costumava afirmar que aqueles que tinham bom desempenho em disciplinas matemáticas seriam os mais inteligentes. Esse costume, na verdade, perdura até hoje.
Atualmente, percebe-se que há uma grande tendência no meio científico que pretende desconstruir essa associação entre o conceito de inteligência e sua dimensão lógico-matemática. De fato, parece mesmo um erro - parece tomar a parte pelo todo. Além disso, há o risco de estigmatizar cada indivíduo com um único número: o resultado do teste de QI. Não é preciso grande esforço para imaginar as conseqüências que um estigma como esse pode gerar no desenvolvimento escolar, pessoal e profissional de cada um - Fulano é inteligente; Sicrano não é.
Enfim, como professor, alinho-me bastante com as idéias propostas por Gardner e inspiradas nele. Elas me parecem ser bastante sólidas. Mas vou me atrever a apontar um problema que considero ser um efeito colateral perigoso derivado desta desconstrução que mencionei. Após importunar vocês com essa (maçante?) introdução teórica, prometo dedicar a segunda porção desses meus pensamentos a esse problema prático, que penso ser importante para nossas vidas e carreiras. Aguardem. Manifestem-se.
Em 1983, Howard Gardner, psicólogo e educador americano nascido em 1943, influenciado pelas idéias de Jean Piaget, publicou "Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas". Nessa obra, o teórico defende a idéia de que nós, humanos, temos não somente inteligência, mas várias inteligências. Em sua teoria, o autor propõe inicialmente sete inteligências diferentes: lingüística (ou verbal-lingüística), musical, lógico-matemática, espacial (ou visual-espacial), corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Uma dessas inteligências - a lógico-matemática - foi, em um passado recente, confundida com o próprio conceito de inteligência. No campo científico, essa confusão pode ser verificada através da valorização dada em meados do século passado aos testes de QI, que tinham grande inclinação para medir principalmente a inteligência lógico-matemática. Além disso, o senso comum costumava afirmar que aqueles que tinham bom desempenho em disciplinas matemáticas seriam os mais inteligentes. Esse costume, na verdade, perdura até hoje.
Atualmente, percebe-se que há uma grande tendência no meio científico que pretende desconstruir essa associação entre o conceito de inteligência e sua dimensão lógico-matemática. De fato, parece mesmo um erro - parece tomar a parte pelo todo. Além disso, há o risco de estigmatizar cada indivíduo com um único número: o resultado do teste de QI. Não é preciso grande esforço para imaginar as conseqüências que um estigma como esse pode gerar no desenvolvimento escolar, pessoal e profissional de cada um - Fulano é inteligente; Sicrano não é.
Enfim, como professor, alinho-me bastante com as idéias propostas por Gardner e inspiradas nele. Elas me parecem ser bastante sólidas. Mas vou me atrever a apontar um problema que considero ser um efeito colateral perigoso derivado desta desconstrução que mencionei. Após importunar vocês com essa (maçante?) introdução teórica, prometo dedicar a segunda porção desses meus pensamentos a esse problema prático, que penso ser importante para nossas vidas e carreiras. Aguardem. Manifestem-se.
publicado por Helio Furtado Costa por volta de 00:38
7 Comentários:
Gostei dessa teoria das inteligências múltiplas. Não sei se é falta de alguma delas em mim, mas ainda não tinha ouvido falar dessa teoria. Interessante, e concordo. Não sou muito a favor do convencional teste de QI, não. Também acho que não podemos determinar a inteligência de alguém apenas através da lógico-matemática. Não é só isso.
Além da teoria nada maçante, gostei muito dos links do fulano e do sicrano, hehe.
Beijos enormes!
Fala Hélio!!!
Gostei da sua publicação. Ouvi falar em algo parecido (a existência de vários tipos de memória), não sei se pode ter alguma relação com o local (físico) no cérebro onde se desenvolvem esses vários tipos de inteligência.
Um amigo meu, que sofreu um acidente de carro quando criança e ficou com uma cicatriz profunda na cabeça, desenvolveu, quando adulto, uma falha na memória visual e de fatos recentes, o que foi tratado com exercícios de memorização e medicamentos.
Eu não entendi, certamente por desconhecer a fonte do seu estudo, a relação entre o reconhecimento dessas várias formas de inteligência com as teorias de Piaget – a ação do homem sobre o objeto de acordo com o seu desenvolvimento intelectual.
Vc nem me conhece, mas estou aprofundando as teorias de inteligências multiplas e descobri que o lógico matemático tem muito a ver com o estado emocional. Sou professora a 17 anos e descobri que se eu consigo deixar meus alunos bem emocionalmente e com a alta estima bem alta, eles realizam um raciocínio mais rápido e mais correto.
abraços
Olá Helio...
Sou estudante do Curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria _ RS e gostaria de dizer que gostei da maneira como tu expôs um pouquinho sobre a teoria de Howard Garder e a inteligência lógico-matemática. Poucas pessoas não ligadas as áreas de educação, psicologias e afins conhecem a "Teoria das Inteligências Múltiplas", sendo esta muito importante e coerente para que possamos "abrir nossos horizontes" e não valorizarmos apenas aqueles alunos que saber "ler, escrever e calcular" muito bem.
Sua contribuição é ótima e espero acompanhar mais do teu trabalho em breve..
Hélio,
Sou aluna do 1° ano de Pedagogia, está publicação veio agregar as teorias que estou estudando,será que você sabe me dizer quais são as três teorias de Gardner que é importante desenvolver até a quarta semana de gestação do bebe?
Obrigado
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