sexta-feira, maio 26, 2006

Do Heavy Metal

A música - o Metal em especial - é muito importante na minha vida. Na verdade, até já foi mais. Sinal que estou envelhecendo, talvez vocês pensem. Mas o fato é que sempre tive a sensação que o Metal nunca sairia da minha vida, desde adolescente. E eu estava certo. Ainda que eu tenha trocado as revistas Rock Brigade pelos livros de Direito, Filosofia, Finanças e outros mais, escutar Metal é uma emoção sempre forte e que não dá para ser colocada em palavras. Está bem, as letras nem sempre são aquilo que poderia ser chamado de primazia literária, mas a energia da música me influencia de forma ímpar; não há outra coisa igual.

Mas essas palavras não farão sentido para alguns de vocês. "It doesn't matter anyway, because you wouldn't understand", como diz a letra da música abaixo. Mas eu sei que outros irão entender perfeitamente. Como Ingrid, Rômulo e João, pessoas a quem dedico esse texto. Pois nunca vai ser suficiente. Oh, oh-oh, oh, oh-oh.

lml

MEGADETH - The System Has Failed (2004)
"Back In The Day"

Where were you when it happened?
Where could you be found?
Were you at the front of the stage?
Or in the underground?

From SF out to Old Bridge
New York back to LA
The world of metal changed forever
Back in the day

Well that was back in the day
And if you weren't there
It doesn't matter anyway
Because you wouldn't understand

Live to die and die to play
Every day and place
Leave a path of metal
Across the world from stage to stage

Well that was back in the day
And if you weren't there
It doesn't matter anyway
Because you wouldn't understand
[Solo - Poland]

In denim and leather
We were all part of one force
Knocked rock and roll on its ass
And put metal on the course

Higher
[Solo - Poland]
Higher
[Solo - Mustaine]
Higher
[Solo - Poland]
Higher
[Solo - Mustaine]
Back in the day
[Solo - Mustaine]
You weren't there
[Solo - Mustaine]
It doesn't matter
[Solo - Mustaine]
Because you wouldn't understand

This is our way of life
A life that was born free
To fellow orders how to live
Was never meant to be
Oh, oh-oh, oh, oh-oh

Peals of thunder, sheets of lightening
The power hits the stage
The music was exciting
The mania raged
Oh, oh-oh, oh, oh-oh

We all had the fever
Our ears started to ring
Feeding the wildfire
Consuming everything
Oh, oh-oh, oh, oh-oh

Metals king back then
Still to this day
Others imitate or challenge
But it never goes away
Oh, oh-oh, oh, oh-oh

quarta-feira, maio 17, 2006

Da Segurança Pública

CAUSAS. Corrupção vergonhosa, conivência continuada dos agentes do Estado em relação ao crime. Sistema judiciário discriminatório, lentíssimo e arcaico. Advogados parceiros do crime. Uma das piores distribuições de renda do mundo. Décadas de descaso com a educação.

CONSEQÜÊNCIAS. Policiais, carcereiros, bombeiros e civis assassinados. Dezenas de rebeliões em presídios. Ônibus e agências bancárias queimadas. A polícia com medo. O Estado inerte. Congestionamento monstruoso. A maior metrópole brasileira dominada pelo pânico. Suspeita de um acordo entre governo e criminosos para findar o terrorismo.

PROMESSAS. Aumento no investimento em segurança pública. Aumento do tempo máximo de cumprimento de penas de trinta para quarenta anos. Eficiência no bloqueio nos sinais de telefones celulares nos presídios. Mais inteligência no combate ao crime.

PREVISÃO. Acontecerá de novo.

quarta-feira, maio 10, 2006

Da Inteligência Lógico-Matemática - Parte 1

Inicialmente, quero que vocês saibam que essa publicação, apesar de inspirada em uma trivial conversa tida em um elevador com uma pessoa que trabalha no mesmo lugar que eu, tem caráter relativamente acadêmico e pode parecer chata para alguns. Estejam avisados.

Em 1983, Howard Gardner, psicólogo e educador americano nascido em 1943, influenciado pelas idéias de Jean Piaget, publicou "Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas". Nessa obra, o teórico defende a idéia de que nós, humanos, temos não somente inteligência, mas várias inteligências. Em sua teoria, o autor propõe inicialmente sete inteligências diferentes: lingüística (ou verbal-lingüística), musical, lógico-matemática, espacial (ou visual-espacial), corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal.

Uma dessas inteligências - a lógico-matemática - foi, em um passado recente, confundida com o próprio conceito de inteligência. No campo científico, essa confusão pode ser verificada através da valorização dada em meados do século passado aos testes de QI, que tinham grande inclinação para medir principalmente a inteligência lógico-matemática. Além disso, o senso comum costumava afirmar que aqueles que tinham bom desempenho em disciplinas matemáticas seriam os mais inteligentes. Esse costume, na verdade, perdura até hoje.

Atualmente, percebe-se que há uma grande tendência no meio científico que pretende desconstruir essa associação entre o conceito de inteligência e sua dimensão lógico-matemática. De fato, parece mesmo um erro - parece tomar a parte pelo todo. Além disso, há o risco de estigmatizar cada indivíduo com um único número: o resultado do teste de QI. Não é preciso grande esforço para imaginar as conseqüências que um estigma como esse pode gerar no desenvolvimento escolar, pessoal e profissional de cada um - Fulano é inteligente; Sicrano não é.

Enfim, como professor, alinho-me bastante com as idéias propostas por Gardner e inspiradas nele. Elas me parecem ser bastante sólidas. Mas vou me atrever a apontar um problema que considero ser um efeito colateral perigoso derivado desta desconstrução que mencionei. Após importunar vocês com essa (maçante?) introdução teórica, prometo dedicar a segunda porção desses meus pensamentos a esse problema prático, que penso ser importante para nossas vidas e carreiras. Aguardem. Manifestem-se.

terça-feira, maio 02, 2006

Da Lama

Eu não tinha planejado publicar aqui hoje. Mas, diante da relevância da notícia mais importante da semana, foi necessário mudar de idéia e interromper minhas divagações pseudofilosóficas. Qual notícia? A nacionalização dos hidrocarbonetos pela Bolívia de Evo Morales e seu impacto nos resultados da Petrobras? Não! O Uruguai ameaçando abandonar o Mercosul e buscar vários acordos bilaterais, como já faz o Chile? Muito menos! O ato falho do presidente Lula, que mencionou a palavra "reeleição" em entrevista? Isso não é novidade alguma! Eu me refiro à greve de fome do nosso ilustre, probo e presidenciável Anthony Garotinho!

Revoltado com a perseguição orquestrada pela imprensa, nosso exemplo máximo de homem público decidiu abdicar paulatinamente de seu tecido adiposo para forçar o fim do complô que o ataca com acusações descabidas, como, por exemplo, os "sete pecados capitais" que lhe são imputados na edição desta semana da revista Veja: populismo, intervencionismo, irresponsabilidade fiscal, irresponsabilidade administrativa, corrupção, fraude eleitoral e falsidade ideológica.

Mentirosos infames! Sabemos que nosso mártir preocupa-se apenas com sua evangélica luta pelos pobres e temos certeza que, se for presidente, tudo vai custar um real. Afinal, já temos comida, hotel e até moradia por este valor simbólico aqui no Rio de Janeiro.

Diante deste hediondo complô instituído pela imprensa nacional, faço duas propostas urgentes. Primeiramente, exige-se a instituição de feriado nacional em 30 de abril, data do início do protesto de nosso honrado herói, que passará a ser conhecido como Dia de Garotinho. E não pensem vocês que essa sugestão tem alguma relação com a possibilidade de emendar com o Dia do Trabalho para criar mais um feriadão. Em segundo lugar, é necessário o apoio irrestrito de toda a sociedade brasileira à greve de fome de Garotinho. Para sempre.